quinta-feira, 27 de março de 2008

de volta

Venho marcar a ferro
ou a fogo - nem sei
mais do que sou feito
se cuspido ou talhado

vendido a granel
em tonéis de madeira
em taças de estanho
vinho, sal ou mel

arrasto correntes de aço
com os pêlos eriçados
no braço, no rosto
abro um céu de chuva

depois um sorriso
desfaz todo o susto
que levo no limbo
da tua cara séria.

sábado, 5 de janeiro de 2008

escrito com lágrimas


chove aqui dentro e lá fora um sol escaldante

aqui dentro do peito, a enxurrada

das lágrimas que não rolam na face

lágrimas de pedra derrubam um nevagante


as ondas revoltas misturam

mar em fúria com ex-céus azuis

águas turquesa, da cor dos sonhos

ondas espumosas de dor e luz


não há métrica possível

ante a dor verdadeira

se de métrica já desditava

triste é que a desprezo inteira!