segunda-feira, 22 de outubro de 2007

a beleza e o dom









cada pessoa exprime a beleza do jeito que sabe
uns pelas mãos, outros, pela voz ou pelo jeito
quem não sabe como fazer, assim já está feito
pois de um sorriso que dá, em todo canto cabe!






charada





pitanga, pimenta... gostosa, arisca.
- quem será a mais bela?
não sei, não me complica:
- serás tu ou será ela??



domingo, 21 de outubro de 2007


agradeço com uns versos soltos
agradeço com uns versos tortos
eu, um anjo caído, ensimesmado
agradeço a visão do paraíso.

(volte sempre)



o pica-flor na flor da pitanga


(seguindo as pegadas do Boca do Inferno)


uma pitanga visitou o beija-flor
que estava quieto no ninho
[que estranho: esse tipo arisco nunca fica quietinho!]
e o intrépido colibri a notou
notou tanto e tão bonita ele a achou
que deixou um beijo singelo no ar
e quis o néctar da sua flor.

mas o peralta incontente se reclamou:
- Pitanga tu és azeda e vens me mostrar
o doce que tens aí escondido e não mo quer dar!
- Eu dou se o quiser, mas a você, bico-doce,
não, não e não! Nem adianta tentar!

[Ralhou a linda fruta sem papas na língua.]
Ainda ofegante de tanto rondar
a fruta agridoce, ele tristemente suspirou.
e, veloz e mudo como sempre, indo embora, se pôs a voar.



como viajar de lambreta

pegue 2 dz de lambretas
lave-as muito bem, passe até uma escova para ficarem bem branquinhas.
corte tomates, cebola, pimentão vermelho e verde, coentro ou salsa e junte às lambretas. separe um pouco deste tempero.
leve a mistura ao fogo cobrindo com água. ponha sal a gosto.
depois de abertas, deixe o tempero cozinhar uns 5 minutos.
faça um molho de pimenta bem forte e adicione o tempero reservado a ele e um filete de azeite extra virgem.

beba o caldo em copo americano
(daqueles de boteco, listrado)
com cuidado para não queimar a língua!

pingue limão e o molho dentro de cada lambreta.
coma com as mãos
na panela mesmo.


aproveite a paisagem

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

cabaré das ilusões



sei lá o que te dizer agora...
que amanhã irei à praia
e que não quero a tua companhia?
devo dizer que não te quero mais?
que teu amor não vale a pena tanto risco?
que dizer de nós dois
nessa escuridão, nesse limbo, onde fantasmas
nos assustam como numa casa maldita e abandonada.
nos perdemos a cada dia. já estamos perdidos
de nós mesmos.
corremos muito perigo à noite
e, sob essa luz vermelha e mortiça
essa luz que tantas cenas tórridas alumiou
tu me diz q sentes saudades
eu te digo que já não sinto mais tanto prazer
e que teu cheiro não é mais o mesmo.
e que as rosas agora devem estar murchas
lá na tulipa de vidro barato que eu te dei de presente.